quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sobre a saudade

" Na gramática Saudade é substantivo abstrato, tão abstrato que só existe na língua portuguesa. Os outros idiomas têm dificuldade em traduzi-la ou atribuir-lhe um significado preciso: Te extraño (castelhano), J'ai regret (francês) e Ich vermisse dish (alemão). No idioma inglês encontramos várias tentativas: homesickness (equivalente a saudade de casa ou do país), longing e to miss (sentir falta de uma pessoa), e nostalgia (nostalgia do passado, da infância). Mas todas essas expressões estrangeiras não definem o que sentimos. São apenas tentativas de determinar esse sentimento que nós mesmos não sabemos exatamente o que é. Não é só um obstáculo ou uma incompatibilidade da linguagem, mas é principalmente uma característica cultural daqueles que falam a língua portuguesa.
Saudade não tem cor, mas pode ter cheiro. Não podemos ver nem tocar, mas sabemos o quanto é grande. Pode ser o sentimento que alimenta um relacionamento amoroso ou apenas o que sobra dele. Pode ser uma ausência suave ou um tipo de solidão. Pode ser uma recordação daquele momento e daquela pessoa, que um dia, mesmo sabendo ser impossível, ousamos querer reviver e rever. É a dor de quem encontrou e nunca mais encontrará, de quem sentiu e nunca mais voltará a sentir. A saudade se combina com outros sentimentos e procria-se. A soma da saudade com a solidão é igual a Dor. O resultado da saudade com a Esperança é a Motivação. "

Devagar e sempre

Na vida, as coisas às vezes andam muito devagar.

Mas é importante não parar. Mesmo um pequeno avanço

na direção certa já é um progresso, e qualquer um pode

fazer um pequeno progresso.

Se você não conseguir fazer alguma coisa grandiosa hoje,

faça alguma coisa pequena. Pequenos riachos acabam convertendo-se

em grandes rios. Continue andando e fazendo. O que parecia fora de alcance esta amanhã vai parecer um pouco mais próximo ao anoitecer, se você continuar movendo-se para frente. A cada momento intenso e apaixonado que você dedica o seu objetivo, um pouquinho mais você se aproxima dele.

Se você pára completamente, é muito mais difícil.

Começar tudo de novo. Então continue andando e fazendo. Não desperdice a base que você construiu. Existe alguma coisa que você pode fazer agora mesmo.

Hoje neste exato momento. Pode não ser muito mas vai mantê-lo no jogo.

Vá rápido quando puder.

Vá devagar quando for obrigado.

Mas, seja lá o que for, continue.

O importante é não parar.

Ralph Marston

Aula da saudade -07/12/2010



" O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo... "  ( Mário Quintana)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Professora, professor: quem não teve levante a mão

Eles são a razão de ser da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro e tem apenas um dia do ano dedicado a homenageá-los. Difícil quem não teve uma professora ou professor que marcou a vida. Eles continuam a fazer a cabeça de muita gente. Da pré-escola à universidade.


Cora Coralina dedicou poema à mestra Silvina, nas lembranças de sua escola primária, na cidade de Goiás: “A gente chegava - Bença, mestra./Sentava em bancos compridos,/ escorridos, sem encosto./ Lia alto lições de rotina: o velho abecedário/lição salteada. /Aprendia a soletrar. (...) [Mestra Silvina] Está no Céu. Tem nas mãos um grande livro de ouro/ e ensina a soletrar aos anjos”.


José de Alencar venerava Januário Ferreira, que andava com a “cabeça reclinada pelo hábito da reflexão”, relata o escritor cearense.


Caetano Veloso fez a música Neide Candolina pensando em sua professora de português. “A mais importante de todas”, afirmou. Dona Candolina, era a “preta chique, linda e superelegante, que ensinava português no Central”, diz a canção.


Até Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares no século 17, devia ter boas lembranças do Padre Antonio de Melo, que o criou, o alfabetizou e ainda lhe ensinou latim em Porto Calvo, na antiga capitania de Pernambuco. Mesmo depois de fugir para Palmares, Zumbi escapava do cerco para visitar o padre.


Nem sempre reconhecido como deveria, a única homenagem, em geral, acaba sendo mesmo o merecido dia de folga. Nada mais justo para quem passa quase todos os dias do ano em companhia de seus alunos pensando, orientando, lendo, escrevendo e trocando informações e sensações sobre o mundo. Por isso, o desejo de felicidade para essa gente que transforma o cotidiano da sala de aula e desvela às nossas crianças e jovens o poder que as palavras têm.

Luiz Henrique Gurgel

Publicado em: 13/10/2010 ( http://escrevendo.cenpec.org.br/)

sábado, 9 de outubro de 2010

Expoarte 2010 - MMV

Cordel, Repente e Rap - Tradição e Renovação da Cultura


Expoarte 2010 ( Renato, eu, Crisley e Ilaiane)

Cordel

RAP e REPENTE - O duelo

RAP e REPENTE

O PAVÂO MISTERIOSO ( Professora Rose e eu)

O Romance do Pavão Misterioso ( encenação)

A Princesa Creusa- O romance do Pavão Misterioso


O engenheiro e Evangelista - O voo do Pavão Misterioso












quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Expoarte 2010- Atividades


Oficina Interativa de Rap e Repente :
  • exposição material sobre origem, caracteristicas, linguagem, temática e representantes de cada um dos estilos
  • duelo temático entre o rap e o repente ( apresentação )

Sala Temática :
A Literatura de Cordel : origem, caracteristicas, linguagem, temática e reperesentantes ( exposição)

O Romance do Pavão Misterioso ( encenação )

O Rap e suas variedades: HIP-HOP ( dança temática)

Data: 08/10/2010
Horário : 10h00 às 16h00 ( visitação a sala temática e a oficina interativa)

16h30 - apresentação de danças

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Folha Resposta- Redação ( ENEM ) e Instruções

Instruções:



1. Preencha seu nome e assine nos locais apropriados.


2. Para transcrição de sua redação é necessário o uso de caneta esferográfica da tinta preta ou lápis nº 2


3. Em nenhuma hipótese haverá substituição desta folha por erro de preenchimento do participante.


4. Escreva a sua redação com letra legível. No caso de erro, risque com um traço simples a palavra, a frase, o trecho, o sinal gráfico e escreva o respectivo substitutivo. Lembre-se: parênteses não podem ser utilizados para tal finalidade.


5. Não será avaliado texto escrito em local indevido. Respeite rigorosamente as margens.


6. Não será permitido utilizar material de consulta.


7. Não será permitido o empréstimo de qualquer material entre os participantes, mesmo daqueles que já tenham terminado a prova.



Redação no ENEM II- Critérios para avaliação

CRITÉRIOS PARA A CORREÇÃO DAS REDAÇÕES
• As redações deverão ser corrigidas com base nas cinco competências expressas na Matriz do ENEM e traduzidas para uma situação específica de produção de texto.

• Cada competência será avaliada por quatro critérios correspondentes aos conceitos insuficiente, regular, bom e excelente, convertidos, respectivamente, em níveis 1, 2, 3 e 4. Esses níveis serão representados por pontos, respectivamente, 2,5; 5,0; 7,5 e 10,0.

I- Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita.


II - Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do  texto dissertativo argumentativo.


III-  Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.


IV Demonstrar conhecimento dos mecanismos lingüísticos necessários para a construção da argumentação.

 


V- Elaborar proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

A nota global da redação será dada pela média aritmética das notas atribuídas a cada uma das cinco competências específicas da redação.

 
A redação que não atender à proposta solicitada (competência II: tema/tipo de texto dissertativo-argumentativo) receberá o conceito D (desconsiderada). A redação em branco receberá o conceito B (em branco) e a redação com impropérios, desenhos ou outras formas propositais de anulação, receberá o conceito A (anulada). Em todos esses casos será atribuída nota zero às redações, sendo que o zero das redações em branco (B) é o único excluído do cálculo da média da nota de redação dos participantes

A REDAÇÃO NO ENEM I

• A redação é parte integrante da prova do Enem, por isso é importante não deixar de fazê-la. Além de avaliar sua competência de leitura e escrita, os participantes estarão garantindo um melhor resultado no exame.

• A competência de leitura será avaliada por meio da correta compreensão da proposta. Como se sabe, a proposta de redação do Enem não se resume ao tema. Há um conjunto de pequenos textos, verbais e não-verbais, que constitui um contexto no qual está inserido o tema. Deixar de ler ou mesmo ler de forma errada ou desatenta os textos pode levar o participante a desenvolver um tema diferente do que foi proposto, o que implicará a desconsideração de seu texto.

• A redação deverá ser estruturada na forma de texto em prosa do tipo dissertativo-argumentativo, a partir da proposta de um tema de ordem social, científica, cultural ou política. A dissertação está relacionada com a defesa de um ponto de vista, de uma opinião e, para isso, é preciso saber argumentar.

• A redação que não atender à proposta solicitada, no que diz respeito ao tema e tipologia textual, será desconsiderada. A Folha de Redação sem texto escrito e redação com até sete linhas, qualquer que seja o conteúdo, será considerada em branco.

• A Folha de Redação com texto fora do espaço delimitado, impropérios, desenhos, outras formas propositais de anulação e/ou rasuras será considerada anulada.

domingo, 12 de setembro de 2010

A pátria e a ‘mátria’

A pátria e a ‘mátria’

Código da Modernidade - Competências e Habilidades Básicas

1. Domínio da leitura e da escrita


2. Capacidade de fazer cálculos e de resolver problemas

3. Capacidade de analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos e situações

4. Capacidade de compreender e atuar em seu entorno social

5. Receber criticamente os meios de comunicação

6. Capacidade para localizar, acessar e usar melhor a informação acumulada

7. Capacidade de planejar, trabalhar e decidir em grupo "

- Bernardo Toro

domingo, 15 de agosto de 2010

Expoarte MMV - 2010

Tema Geral : Arte e Cultura

Sub- tema : Literatura de Cordel, Repente e Rap - Tradição e Renovação

“O cordel é diferente /Do repente improvisado /O cordel é sempre escrito /Em folheto e declamado
O repente é improviso /Sem ter nada decorado”

“Fazer cordel é como cantar um rap". Como cantar um rap? "Sim, os dois dizem da poesia, da realidade, das ruas, da cidade”

Data : 08/10/2010

Estudo Errado

RAP

Rap (em inglês conhecido como emceeing) é um discurso rítmico com rimas e poesias, que surgiu no final do século XX entre as comunidades negras dos Estados Unidos. É um dos cinco pilares fundamentais da cultura hip hop, de modo que se chame metonimicamente (e de forma imprecisa) hip hop.
Pode ser interpretado a capella bem como com um som musical de fundo, chamado beatbox. Os cantores de rap são conhecidos como rappers ou MCs, abreviatura para mestre de cerimônias.

Rap, na música, é extremamente fidedigna à improvisação poética sobre uma batida no tempo rápido e freqüentemente só é acompanhada pelo som do baixo, ou sem acompanhamento. Rap é um estilo musical raro em que o texto é mais importante que a linha melódica ou a parte harmônica; sendo um dos dois únicos estilos musicais da história da música ocidental em que o texto é mais importante que a música---o outro sendo o canto gregoriano, em que a música era uma monodia, homofônica, marcada pelo ritmo, e a melodia religiosamente não podia nunca sobressair o texto litúrgico. O rap não usa melodias e motivos decorativos e harmônicos com arranjos elaborados dos insrumentos, mas vale-se somente em quão rápido o cantor narra a sua "fala" com muito pouca musicalidade adicionada a sua poesia. A música rap também tem uma similaridade distinta com a música celta em que forma-se uma brincadeira na qual os cantores tentam duelar suas frases com rimas, rapidamente improvisadas e humorísticas; alternadamente, um desafiando o outro nas rápidas frases inteligentes; quem ganha---deixando o outro esgotado sem idéias---não paga pelas bebidas. Esta influência indireta e não intencional veio da música de raiz, de folclore, importada pelos imigrantes escoceses e irlandeses que migraram para o sul dos EUA, das fazendas de plantação, como a música afro-americana, que pelo povo do sul, com a música de improvisação, no Jazz de raiz, surge nos duelos de banjo (country) depois, e desses "duelos" aparece também, bem mais tarde, o rap.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rap

Embolada, Coco de embolada, Coco-de-improviso ou Coco de repente

Embolada, Coco de embolada, Coco-de-improviso ou Coco de repente é uma espécie de arte surgida no nordeste, onde é especialmente popular. Consiste em uma dupla de "cantadores" que, ao som enérgico e "batucante" do pandeiro, montam versos bastante métricos, rápidos e improvisados onde um tenta denegrir a imagem do que lhe faz dupla com versos ofensivos, famosos pelos palavrões e insultos utilizados. O ofendido deve improvisar uma resposta rápida e ao mesmo tempo bem bolada. Caso não consiga, seu par é coroado triunfante. Não deve ser confundido com cantoria onde a música e a resposta são lentas, melodiosas e o tema principal é a vida cotidiana.

Repente

No Brasil, a tradição medieval ibérica dos trovadores deu origem aos cantadores – ou seja, poetas populares que vão de região em região, com a viola nas costas, para cantar os seus versos. Eles apareceram nas formas da trova gaúcha, do calango (Minas Gerais), do cururu (São Paulo), do samba de roda (Rio de Janeiro) e do repente nordestino. Ao contrário dos outros, este último se caracteriza pelo improviso – os cantadores fazem os versos "de repente", em um desafio com outro cantador. Não importa a beleza da voz ou a afinação – o que vale é o ritmo e a agilidade mental que permita encurralar o oponente apenas com a força do discurso.

A métrica do repente varia, bem como a organização dos versos: temos a sextilha (estrofes de seis versos, em que o primeiro rima com o terceiro e o quinto, o segundo rima com o quarto e o sexto), a septilha (sete versos, em que o primeiro e o terceiro são livres, o segundo rima com o quarto e o sétimo e o quinto rima com o sexto) e variações mais complexas como o martelo, o martelo alagoano, o galope beira-mar e tantas outras. O instrumental desses improvisos cantados também varia: daí que o gênero pode ser subdividido em embolada (na qual o cantador toca pandeiro ou ganzá), o aboio (apenas com a voz) e a cantoria de viola.

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Repente (conhecido também como desafio) é uma tradição folclórica brasileira cuja origem remonta aos trovadores medievais. Especialmente forte no nordeste brasileiro, é uma mescla entre poesia e música na qual predomina o improviso – a criação de versos "de repente".


O repente possui diversos modelos de métrica e rima, e seu canto costuma ser acompanhado de instrumentos musicais

Quando o instrumento usado é o pandeiro, o repente é chamado de coco de embolada; acompanhado do violão, denomina-se Cantoria.

O romance do pavão misterioso

Romance do Pavão Misterioso
por José Camelo de Melo Rezende

Eu vou contar uma história
De um pavão misterioso
Que levantou vôo na Grécia
Com um rapaz corajoso
Raptando uma condessa
Filha de um conde orgulhoso.

Residia na Turquia
Um viúvo capitalista
Pai de dois filhos solteiros
O mais velho João Batista
Então o filho mais novo
Se chamava Evangelista.

O velho turco era dono
Duma fábrica de tecidos
Com largas propriedades
Dinheiro e bens possuídos
Deu de herança a seus filhos
Porque eram bem unidos.

Depois que o velho morreu
Fizeram combinação
Porque o tal João Batista
Concordou com o seu irmão
E foram negociar
Na mais perfeita união.

Um dia João Batista
Pensou pela vaidade
E disse a Evangelista:
— Meu mano eu tenho vontade
de visitar o estrangeiro
se não te deixar saudade.

— Olha que nossa riqueza
se acha muito aumentada
e dessa nossa fortuna
ainda não gozei nada
portanto convém qu'eu passe
um ano em terra afastada.

Movido a motor elétrico
Depósito de gasolina
Com locomoção macia
Que não fazia buzina
A obra mais importante
Que fez em sua oficina.

Tinha cauda como leque
As asas como pavão
Pescoço, cabeça e bico
Lavanca, chave e botão
Voava igualmente ao vento
Para qualquer direção.

Quando Edmundo findou
Disse a Evangelista:
— Sua obra está perfeita
ficou com bonita vista
o senhor tem que saber
que Edmundo é artista.

— Eu fiz o aeroplano
da forma de um pavão
que arma e se desarma
comprimindo em um botão
e carrega doze arroba
três léguas acima do chão.

Foram experimentar
Se tinha jeito o pavão
Abriram a lavanca e chave
Encarcaram num botão
O monstro girou suspenso
Maneiro como balão.

O pavão de asas abertas
Partiu com velocidade
Coroando todo o espaço
Muito acima da cidade
Como era meia noite
Voaram mesmo à vontade.

Então disse o engenheiro:
— Já provei minha invenção
fizemos a experiência
tome conta do pavão
agora o senhor me paga
sem promover discussão.

Perguntou Evangelista:
— Quanto custa o seu invento?
— Dê me cem contos de réis
acha caro o pagamento
o rapaz lhe respondeu:
Acho pouco dou duzentos.

Edmundo ainda deu-lhe
Mais uma serra azougada
Que serrava caibro e ripa
E não fazia zuada
Tinha os dentes igual navalha
De lâmina bem afiada.

Então disse o jovem turco:
— Muito obrigado fiquei
do pavão e dos presentes
para lutar me armei
amanhã a meia-noite
com Creuza conversarei.

À meia-noite o pavão
Do muro se levantou
Com as lâmpadas apagadas
Como uma flecha voou
Bem no sobrado do conde
Na cumeeira pousou.

Evangelista em silêncio
Cinco telhas arredou
Um buraco de dois palmos
Caibros e ripas serrou
E pendurado numa corda
Por ela escorregou.

Chegou no quarto de Creuza
Onde a donzela dormia
Debaixo do cortinado
Feito de seda amarela
E ele para acordá-la
Pôs a mão na testa dela.

A donzela estremeceu
Acordou no mesmo instante
E viu um rapaz estranho
De rosto muito elegante
Que sorria para ela
Com um olhar fascinante.

Então Creuza deu um grito:
— Papai um desconhecido
entrou aqui no meu quarto
sujeito muito atrevido
venha depressa papai
pode ser algum bandido.

O rapaz lhe disse: — Moça
Entre nós não há perigo
Estou pronto a defendê-la
Como um verdadeiro amigo
Venho é saber da senhora
Se quer casar-se comigo.

De um lenço enigmático
Que quando Creuza gritava
Chamando o pai dela
Então o moço passava
Ele no nariz da moça
Com isso ela desmaiava.

O jovem puxou o lenço
Ao nariz da moça encostou
Deu uma vertigem na moça
De repente desmaiou
E ele subiu na corda
Chegando em cima tirou.

Ajeitou os caibros e ripas
E consertou o telhado
E montando em seu pavão
Voou bastante vexado
Foi esconder o aparelho
Aonde foi fabricado.

O conde acordou aflito
Quando ouviu essa zuada
Entrou no quarto da filha
Desembainhou a espada
Encontrou-a sem sentido
Dez minutos desmaiada.

Percorreu todos os cantos
Com a espada na mão
Berrando e soltando pragas
Colérico como um leão
Dizendo: — Aonde encontrá-lo
Eu mato esse ladrão.

Creuza disse: — Meu pai
Pois eu vi neste momento
Um jovem rico e elegante
Me falando em casamento
Não vi quando ele encantou-se
Porque me deu um passamento.

Disse o conde: — Nesse caso
Tu já estás a sonhar
Moça de dezoito anos
Já pensando em se casar
Se aparecer casamento
Eu saberei desmanchar.

Evangelista voltou
Às duas da madrugada
Assentou seu pavão
Sem que fizesse zuada
Desceu pela mesma trilha
Na corda dependurada.

E Creuza estava deitada
Dormindo o sono inocente
Seus cabelos como um véu
Que enfeitava puramente
Como um anjo de terreal
Que tem lábios sorridentes.

O rapaz muito sutil
Foi pegando na mão dela
Então a moça assustou-se
Ele garantiu a ela
Que não eram malfazejos:
— Não tenha medo donzela.

A moça interrogou-o
Disse: — Quem é o senhor
Diz ele: — Sou estrangeiro
Lhe consagrei grande amor
Se não fores minha esposa
A vida não tem valor.

Mas Creuza achou impossível
O moço entrar no sobrado
Então perguntou a ele
De que jeito tinha entrado
E disse: — Vai me dizendo
Se és vivo ou encantado.

Como eu lhe tenho amizade
Me arrisco fora de hora
Moça não me negue o sim
A quem tanto lhe adora!
Creuza aí gritou: — Papai
Venha ver o homem agora.

Ele passou-lhe o lenço
Ela caiu sem sentido
Então subiu na corda
Por onde tinha descido
Chegou em cima e disse:
— O conde será vencido.

Ouviu-se tocar a corneta
E o brado da sentinela
O conde se dirigiu
Para o quarto da donzela
Viu a filha desmaiada
Não pode falar com ela.

Até que a moça tornou
Disse o conde: — É um caso sério
Sou um fidalgo tão rico
Atentado em meu critério
Mas nós vamos descobrir
O autor do mistério.

— Minha filha, eu já pensei
em um plano bem sagaz
passa essa banha amarela
na cabeça desse audaz
só assim descobriremos
esse anjo ou satanás.

— Só sendo uma visão
que entra neste sobrado
só chega à meia-noite
entra e sai sem ser notado
se é gente desse mundo
usa feitiço encantado.

Evangelista também
Desarmou seu pavão
A cauda, a capota, o bico
Diminuiu a armação
Escondeu o seu motor
Em um pequeno caixão.

Depois de sessenta dias
Alta noite em nevoeiro
Evangelista chegou
No seu pavão bem maneiro
Desceu no quarto da moça
A seu modo traiçoeiro.

Já era a terceira vez
Que Evangelista entrava
No quarto que a condessa
À noite se agasalhava
Pela força do amor
O rapaz se arriscava.

Com um pouco a moça acordou
Foi logo dizendo assim:
— Tu tens dito que me amas
com um bem-querer sem fim
se me amas com respeito
te senta juntos de mim.

Evangelista sentou-se
Pôs-se a conversar com ela
Trocando o riso esperava
A resposta da donzela
Ela pôs-lhe a mão na testa
Passou a banha amarela.

Depois Creuza levantou-se
Com vontade de gritar
O rapaz tocou-lhe o lenço
Sentiu ela desmaiar
Deixou-a com uma síncope
Tratou de se retirar.

E logo Evangelista
Voando da cumeeira
Foi esconder seu pavão
Nas folhas de uma palmeira
Disse: — Na quarta viagem
Levo essa estrangeira.

Creuza então passou o resto
Da noite mal sossegada
Acordou pela manhã
Meditava e cismada
Se o pai não perguntasse
Ela não dizia nada.

Disse o conde: — Minha filha
Parece que estás doente?
Sofreste algum acesso
Porque teu olhar não mente
O tal rapaz encantado
Te apareceu certamente.

E Creuza disse: — Papai
Eu cumpri o seu mandado
O rapaz apareceu-me
Mas achei-o delicado
Passei-lhe a banha amarela
E ele saiu marcado.

O conde disse aos soldados
Que a cidade patrulhassem
Tomassem os chapéus de
Quem nas ruas encontrassem
Um de cabelo amarelo
Ou rico ou pobre pegassem.

Evangelista trajou-se
Com roupa de alugado
Encontrou-se com a patrulha
O seu chapéu foi tirado
Viram o cabelo amarelo
Gritaram: — Esteja intimado!

Os soldados lhe disseram:
— Cidadão não estremeça
está preso a ordem do conde
e é bom que não se cresça
vai a presença do conde
se é homem não esmoreça.

— Você hoje vai provar
por sua vida responde
como é que tem falado
com a filha do nosso conde
quando ela lhe procura
onde é que se esconde.

Evangelista respondeu:
— Também me faça um favor
enquanto vou me vestir
minha roupa superior
na classe de homem rico
ninguém pisa meu valor.

Disseram: — Pode mudar
Sua roupa de nobreza
A moça bem que dizia
Que o rapaz tinha riqueza
Vamos ganhar umas luvas
E o conde uma surpresa.

Seguiu logo Evangelista
Conversando com o guarda
Até que se aproximaram
Duma palmeira copada
Então disse Evangelista:
— Minha roupa está trepada.

E os soldados olharam
Em cima tinha um caixão
Mandaram ele subir
E ficaram de prontidão
Pegaram a conversar
Prestando pouca atenção.

Evangelista subiu
Pôs um dedo no botão
Seu monstro de alumínio
Ergueu logo a armação
Dali foi se levantando
Seguiu voando o pavão.

E os soldados gritaram:
— Amigo, o senhor se desça
deixe de tanta demora
é bom que não aborreça
senão com pouco uma bala
visita sua cabeça.

Então mandaram subir
Um soldado de coragem
Disseram: — Pegue na perna
Arraste com a folhagem
Está passando na hora
De voltarmos da viagem.

Quando o soldado subiu
Gritou: — Perdemos a ação
Fugiu o moço voando
De longe vejo um pavão
Zombou de nossa patrulha
Aquele moço é o cão.

Voltaram e disseram ao conde
Que o rapaz tinham encontrado
Mas no olho de uma palmeira
O moço tinha voado
Disso o conde: — Pois é o cão
Que com Creuza tem falado.

Creuza sabendo da história
Chorava de arrependida
Por ter marcado o rapaz
Com banha desconhecida
Disse: — Nunca mais terei
Sossego na minha vida.

Disse Creuza: — Ora papai
Me prive da liberdade
Não consente que eu goze
A distração da cidade
Vivo como criminosa
Sem gozar a mocidade.

— Aqui não tenho direito
de falar com um criado
um rapaz para me ver
precisa ser encantado
mas talvez ainda eu fuja
deste maldito sobrado.

— O rapaz que me amou
só queria vê-lo agora
para cair nos seus pés
como uma infeliz que chora
embora que eu depois
morresse na mesma hora.

— Eu sei que para ele
não mereço confiança
quando ele vinha aqui
ainda eu tinha esperança
de sair desta prisão
onde estou desde de criança.

Às quatro da madrugada
Evangelista desceu
Creuza estava acordada
Nunca mais adormeceu
A moça estava chorando
O rapaz lhe apareceu.

O jovem cumprimentou-a
Deu-lhe um aperto de mão
A condessa ajoelhou-se
Para pedir-lhe perdão
Dizendo: — Meu pai mandou
Eu fazer-te uma traição.

O rapaz disse: — Menina
A mim não fizeste mal
Toda a moça é inocente
Tem seu papel virginal
Cerimônia de donzela
É uma coisa natural.

— Todo o seu sonho dourado
é fazer-te minha senhora
se quiseres casar comigo
te arrumas e vamos embora
senão o dia amanhece
e se perde a nossa hora.

— Se o senhor é homem sério
e comigo quer casar
pois tome conta de mim
aqui não quero ficar
se eu falar em casamento
meu pai manda me matar.

— Que importa que ele mande
tropas e navios pelos mares
minha viagem é aérea
meu cavalo anda nos ares
nós vamos sair daqui
casar em outros lugares.

Creuza estava empacotando
O vestido mais elegante
O conde entrou no quarto
E dando um berro vibrante
Gritando: — Filha maldita
Vais morrer com o seu amante.

O conde rangendo os dentes
Avançou com passo extenso
Deu um pontapé na filha
Dizendo: — Eu sou quem venço
Logo no nariz do conde
O rapaz passou o lenço.

Ouviu-se o baque do conde
Porque rolou desmaiado
A última cena do lenço
Deixou-o magnetizado
Disse o moço: -Tem dez minutos
Para sairmos do sobrado.

Creuza disse: — Eu estou pronta
Já podemos ir embora
E subiram pela corda
Até que sairam fora
Se aproximava a alvorada
Pela cortina da aurora.

Com pouco o conde acordou
Viu a corda pendurada
Na coberta do sobrado
Distinguiu uma zuada
E as lâmpadas do aparelho
Mostrando luz variada.

E a gaita do pavão
Tocando uma rouca voz
O monstro de olho de fogo
Projetando os seus faróis
O conde mandando pragas
Disse a moça: — É contra nós.

Os soldados da patrulha
Estavam de prontidão
Um disse: — Vem ver fulano
Aí vai passando um pavão
O monstro fez uma curva
Para tomar direção.

Então dizia um soldado
— Orgulho é uma ilusão
um pai governa uma filha
mas não manda no coração
pois agora a condessinha
vai fugindo no pavão.

O conde olhou para a corda
E o buraco do telhado
Como tinha sido vencido
Pelo rapaz atilado
Adoeceu só de raiva
Morreu por não ser vingado.

Logo que Evangelista
Foi chegando na Turquia
Com a condessa da Grécia
Fidalga da monarquia
Em casa do seu irmão
Casaram no mesmo dia.

Em casa de João Batista
Deu-se grande ajuntamento
Dando vivas ao noivado
Parabéns ao casamento
À noite teve retreta
Com visita e cumprimento.

Enquanto Evangelista
Gozava imensa alegria
Chegava um telegrama
Da Grécia para Turquia
Chamando a condessa urgente
Pelo motivo que havia.

Dizia o telegrama:
"Creuza vem com o teu marido
receber a tua herança
o conde é falecido
tua mãe deseja ver
o genro desconhecido."

A condessa estava lendo
Com o telegrama na mão
Entregou a Evangielista
Que mostrou ao seu irmão
Dizendo: — Vamos voltar
Por uma justa razão.

De manhã quando os noivos
Acabaram de almoçar
E Creuza em traje de noiva
Pronta para viajar
De palma, véu e capela
Pois só vieram casar.

Diziam os convidados:
— A condessa é tão mocinha
e vestida de noiva
torna-se mais bonitinha
está com um buquê de flor
séria como uma rainha.

Os noivos tomaram assento
No pavão de alumínio
E o monstro se levantou-se
Foi ficando pequenino
Continuou o seu vôo
Ao rumo do seu destino.

Na cidade de Atenas
Estava a população
Esperando pela volta
Do aeroplano pavão
Ou o cavalo do espaço
Que imita um avião.

Na tarde do mesmo dia
Que o pavão foi chegado
Em casa de Edmundo
Ficou o noivo hospedado
Seu amigo de confiança
Que foi bem recompensado.

E também a mãe de Creuza
Já esperava vexada
A filha mais tarde entrou
Muito bem acompanhada
De braço com o seu noivo
Disse: — Mamãe estou casada.

Disse a velha: — Minha filha
Saíste do cativeiro
Fizeste bem em fugir
E casar no estrangeiro
Tomem conta da herança
Meu genro émeu herdeiro

Cordel

Pavao Misterioso ( musica)

O Romance do Pavão Misterioso

O Romance do Pavão Misterioso é composto em sextilhas e é considerado um dos maiores clássicos da Literatura de Cordel.

A história versa sobre o amor entre um jovem turco e uma condessa grega que vive presa num quarto no alto de um castelo. Para salvar a amada, o herói encomenda de um artista-cientista um aeroplano na forma de um pavão.

O texto apresenta fortes referências a cavaleiros medievais e nítidas influências das célebres "Mil e Uma Noites". O fato explica-se por esse tipo de folheto ter origem na Idade Média, por volta dos séculos 11 e 12.

O Romance do Pavão Misterioso

domingo, 14 de março de 2010

O homem que se endereçou


“Apanhou o envelope e na sua letra cuidadosa subscritou a si mesmo:
Narciso, rua Treze, nº 21.Passou cola nas bordas do papel, mergulhou no envelope e fechou-se. Horas mais tarde a empregada
colocou-o no correio. Um dia depois sentiu-se na mala do carteiro. Diante de uma casa, percebeu que o funcionpario tinha parado indeciso, consultara o envelope e prosseguira. Voltou ao DCT, foi colocado numa prateleira.Dias depois, um novo carteiro procurou seu endereço. Não achou, devia ter saído algo errado. A carta voltou à prateleira, no meio de muitas outras, amareladas, empoeiradas. Sentiu, então, com terror, que a carta se extraviara. E Narciso nunca mais encontrou a si mesmo.”
(Brandão, Ignácio de Loyola. O homem do furo na mão e outras histórias.)

Literatura- Definição e Funções

"A Literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade recriada através do espírito do artista e retransmitida através da língua para as formas, que são os gêneros, e com os quais ela toma corpo e nova realidade. Passa, então, a viver outra vida, autônoma, independente do autor e da experiência de realidade de onde proveio."


LITERATURA :

· A Literatura é uma manifestação artística.
· A linguagem é o material da Literatura, isto é, o artista literário trabalha com a palavra.
· Em toda obra literária percebe-se uma ideologia, uma postura do artista diante da realidade e das aspirações humanas

Toda a manifestação artística feita com a palavra recebe o nome de literatura.Esta palavra designa textos que buscam expressar o belo e o humano através das palavras. Embora se tenha amplos significados. Deve-se diferenciar o seu emprego genérico de seu sentido artístico, criativo.
A literatura trata de textos que possuem uma preocupação estética, que provoca prazer e conhecimento por seu conteúdo, forma e organização. Por ser uma expressão do homem é um bom meio de comunicação, porque explora todos as partes da linguagem.
LITERATURA E SUAS FUNÇÕES

A literatura pode ser definida como:

- Um elemento de catarse
- Um elemento do conhecimento do mundo, tanto do passado, e do presente, como da mentalidade de uma sociedade ou época.
- Um elemento essencialmente ligado ao homem, ao seu próprio conhecimento.Em si mesmo, a outros, como um espelho de si mesmo, ou como ele sendo um espelho da sociedade em si.
- Um elemento de formação e desenvolvimento em todos os campos do saber: intelectual, moral, ideológico e até estético.

TEXTOS LITERARIOS OU FICCIONAIS ( Características)

O texto literário pretende emocionar e , para isso, emprega a língua com liberdade e beleza, utilizando-se, muitas vezes, do sentido metafórico das palavras

FORMAS LITERÁRIAS :
1. POESIA
2. PEÇAS TEATRAIS
3. PROSA DE FICÇÃO( romances, novelas, contos, crônicas...)

Gêneros Textuais

Gêneros textuais são diretamente ligados às práticas sociais. Alguns exemplos de gêneros textuais são carta, bilhete, aula, conferência, e-mail, artigos, entrevistas, discurso etc. Assim, um tipo textual pode aparecer em qualquer gênero textual, da mesma forma que um único gênero pode conter mais de um tipo textual. Uma carta, por exemplo, pode ter passagens narrativas, descritivas, injuntivas e assim por diante. Gênero de texto refere-se às diferentes formas de expressão textual.

Não importa qual o gênero, todo texto pode ser analisado sob três características: O ASSUNTO: o que pode ser dito através daquele gênero; O ESTILO: as palavras, expressões, frases selecionadas e o modo de organizá-las; O FORMATO: a estrutura em que cada agrupamento textual é apresentado.

Elementos Estruturais do Texto:
Três são os elementos indispensáveis a qualquer tipo de texto:
Estrutura: unidade, organicidade e forma.
Conteúdo: coerência e clareza
A expressão – domínio da estrutura da língua e do léxico, lembrando que a linguagem sempre varia de acordo com a situação, assumindo FUNÇOES que levem em consideração o que se quer transmitir e que efeitos se espera obter com o que se transmite.

Texto: Textualidade e TiposTextuais

Texto é uma seqüência verbal (palavras), oral ou escrita, que forma um todo que tem sentido para um determinado grupo de pessoas em uma determinada situação. O texto pode ter uma extensão variável: uma palavra, uma frase ou um conjunto maior de enunciados, mas ele obrigatoriamente necessita de um contexto significativo para existir. Seu nível de linguagem pode ser formal, coloquial, informal, técnico. O texto não se limita à linguagem verbal (palavras) O texto pode ter várias dimensões, como o texto cinematográfico, o teatral, o coreográfico (dança e música), o pictórico (pintura), etc.

Textualidade é um conjunto de características que fazem com que um texto seja considerado como tal, e não como um amontoado de palavras e frases. Dois blocos de sete fatores são os responsáveis pela textualidade de qualquer discurso: Fatores semântico/formal (coerência e coesão); Fatores pragmáticos (intencionalidade, aceitabilidade, situcionabilidade, informatividade e intertextualidade).

Tipos textuais referem-se à estrutura composicional do texto. Hoje, admite-se cinco tipos textuais: narração,descrição, argumentação, exposição e conversação.
1- Narrativa: caracteriza-se por uma seqüência de ações interligadas, serie de acontecimentos encadeados que progidem para um fim. Uma seqüência narrativa é sempre formada por uma situação inicial, uma complicação e um desfecho.
2- Descrição : é a caracterização de uma cena, um estado, um momento vivido ou imaginado. Vale considerar que uma descrição é preenchida com as características e propriedades do que se está descrevendo. O descritor escolhe palavras de acordo com o efeito visado.
3- Argumentação: se apóia nas formas de raciocínio . Essas formas são a dedução e a indução, partindo-se sempre do conhecido para o desconhecido. Um discurso argumentativo visa sempre a intervir diretamente sobre as opiniões, atitudes ou comportamentos de um interlocutor ou de um auditório.
4- Exposição: o objetivo do texto é primar pela explicação, é levar ao leitor um conhecimento a respeito de um determinado tema. São textos em que predominam a explicação: livros didáticos, maunuais de instrução...
5- Conversação: caracteriza-se por uma sucessão de turnos verbais, apresentada de forma coordenada.


segunda-feira, 8 de março de 2010

"Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura...
Enquanto durar"
( Cora Coralina)

08 de março ! Parabéns a todas as mulheres !

Ensinamento

Ensinamento

( Adelia Prado)

Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado".
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente,
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Viagem longa, destino incerto

Viagem longa, destino incerto...

Rubem Alves


Esse é o mês em que sofro mais por causa de vocês, moços. Tenho dó. Ainda nem deixaram de ser adolescentes, e já são obrigados a comprar passagens para um destino desconhecido, passagens só de ida, as de volta são difíceis, raras, há uma longa lista de espera. Alguns me contestam: afirmam saber muito bem o lugar para onde estão indo. Assim são os adolescentes: sempre têm os bolsos cheios de certezas. Só muito tarde descobrem que certezas valem menos que um tostão.

Seria muito mais racional e menos doloroso que vocês fossem obrigados agora a escolher a mulher ou o marido. Hoje casamento é destino para o qual só se vende passagem de ida e volta. É muito fácil voltar ao ponto de partida e recomeçar: basta que os sentimentos e as idéias tenham mudado.

Mas a viagem para a qual vocês estão comprando passagens dura cinco anos, pelo menos. E se depois de chegar lá vocês não gostarem? Nada garante...Vocês nunca estiveram lá. E se quiserem voltar? Não é como no casamento. É complicado. Leva pelo menos outros cinco anos para chegar a um outro lugar, com esse bilhete que se chama vestibular e essa ferrovia que se chama universidade. E é duro voltar atrás, começar tudo de novo. Muitos não têm coragem para isso, e passam a vida inteira num lugar que odeiam, sonhando com um outro.

Em Minas, onde nasci, se diz que para se conhecer uma pessoa é preciso comer um saco de sal com ela. Os apaixonados desacreditam. Quem é acometido da febre da paixão desaprende a astúcia do pensamento, fica abobalhado, e passa a repetir as asneiras que os apaixonados têm repetido pelos séculos afora: "Ah! mãe, ele é diferente..." "Eu sei que o meu amor por ela é eterno. Sem ela eu morro..." E assim se casam, sem a paciência de comer um saco de sal. Se tivessem paciência descobririam a verdade de um outro ditado: "Por fora bela viola; por dentro pão bolorento..."

Coisa muito parecida acontece com a profissão: a gente se apaixona pela bela viola, e só tarde demais, no meio do saco de sal, se dá conta do pão bolorento.

O Pato Donald arranjou um emprego de porteiro, num edifício de ricos. Sentiu-se a pessoa mais importante do mundo e estufou o peito por causa do uniforme que lhe deram, cheio de botões brilhantes, fios dourados e dragonas...

Acontece assim também na escolha das profissões: cada uma delas tem seus uniformes multicoloridos, seus botões brilhantes, fios dourados e dragonas. Veja, por exemplo, o fascínio do uniforme do médico. Por razões que Freud explica qualquer mãe e qualquer pai desejam ter um filho médico. Lembram-se da "Sociedade dos Poetas Mortos"? O pai do jovem ator queria, por tudo nesse mundo, que o filho fosse médico. E ele não está sozinho. O médico é uma transformação poética do herói Clint Eastwood: o pistoleiro solitário, apenas com sua coragem e o seu revólver, entra no lugar da morte, para travar batalha com ela. Como São Jorge. O médico, em suas vestes sacerdotais verdes, apenas os olhos se mostrando atrás da máscara, a mão segurando a arma, o bisturi, o sangue escorrendo do corpo do inocente, em luta solitária contra a morte. Poderá haver imagem mais bela de um herói?

Todas as profissões têm seus uniformes, suas belas imagens, sua estética. Por isso nos apaixonamos e compramos o bilhete de ida... Mas a profissão não é isso. Por fora bela viola, por dentro pão bolorento...

Uma amiga me contou, feliz, que uma parente querida havia passado no vestibular de engenharia. "Que engenharia?", perguntei. "Civil", ela respondeu. "Por que esta escolha?" — insisti. "É que ela gosta muito de matemática". Pensei então na bela imagem do engenheiro — régua de cálculo, compasso e prumo nas mãos, em busca do ponto de apoio onde a alavanca levantaria o mundo! "Se ela tanto ama a matemática talvez tivesse feito melhor escolha estudando matemática".

Engenheiro, hoje, mexe pouco com matemática. Tudo já está definido em programas de computador. O dia a dia da maioria dos engenheiros é tomar conta de peão em canteiro de obra..."

Isso vale para todas as profissões. É preciso perguntar: "Como será o meu dia a dia, enquanto como o saco de sal que não se acaba nunca?"

Mas há outros destinos, outros trens. Não é verdade que o único caminho bom seja o caminho universitário. Acho que poucos jovens sequer consideram tal possibilidade. É que eles se comportam como bando de maritacas: onde vai uma vão todas. Não podem suportar a idéia de ver o "bando" partindo, enquanto ele não embarca, e fica sozinho na plataforma da estação...

Deixo aqui, como possibilidade não pensada, este poema de Walt Whitman, o poeta da "Sociedade dos Poetas Mortos":

"Em nome de vocês...
Que ao homem comum ensinem
a glória da rotina e das tarefas
de cada dia e de todos os dias;
que exaltem em canções
o quanto a química e o exercício
da vida não são desprezíveis nunca,
e o trabalho braçal de um e de todos
— arar, capinar, cavar,
plantar e enramar a árvore,
as frutinhas, os legumes, as flores:
que em tudo isso possa o homem ver
que está fazendo alguma coisa de verdade,
e também toda mulher
usar a serra e o martelo
ao comprido ou de través,
cultivar vocações para a carpintaria,
a alvenaria, a pintura,
trabalhar de alfaiate, costureira,
ama, hoteleiro, carregador,
inventar coisas, coisas engenhosas,
ajudar a lavar, cozinhar, arrumar,
e não considerar desgraça alguma
dar uma mão a si próprio."

Desejo a vocês uma boa viagem. Lembrem-se do dito do João: "A coisa não está nem na partida e nem na chegada, mas na travessia..." Se, no meio da viagem, sentirem enjôo ou não gostarem dos cenários, puxem a alavanca de emergência e caiam fora. Se, depois de chegar lá, ouvirem falar de um destino mais alegre, ponham a mochila nas costas, e procurem um outro destino. Carpe Diem!


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Aspectos da convenção escrita

Aspectos da convenção escrita
Todas as línguas que fazem uso do sistema alfabético estabeleceram, durante o processo de desenvolvimento de sua representação escrita, uma convenção para regulamentar o uso de letras, dos acentos gráficos e dos sinais de pontuação.
A convenção ortográfica
A escrita da língua portuguesa usa 26 letras (novo acordo ortográfico)para escrever todas as palavras da nossa língua e quaisquer outras que venham a ser criadas em decorrência de novas necessidades comunicativas ou cognitivas.
Para representar os fonemas da nossa língua precisamos também usar, alem das letras, o “cê cedilha” (Ç que representa, na escrita de determinadas palavras, o fonema /s/, antes das letras A, O, U ). Usamos também o til (~) sobre as vogais para indicar os fonemas vocálicos nasais.
O uso das letras na escrita alfabética é regulamentado por um sistema ortográfico. È natural que haja uma convenção ortográfica, porque nossa escrita vem se constituindo há séculos e porque os critérios que determinam a escolha das letras são diversos baseando-se não só na fonologia, mas também na morfologia e na etimologia ( ou seja , na história e na origem das palavras). O sistema ortográfico hoje usado no Brasil baseia-se em um acordo firmado em 1943, que vem sofrendo, ao longo dos anos, pequenas modificações. Em 1971, houve algumas alterações que determinam, entre outras coisas, o fim da maioria dos “acentos diferenciais”. Em 1990 foi aprovado um ACORDO ORTOGRÁFICO envolvendo os países que falam a língua portuguesa.

Acentuação:
A) FICA ABOLIDO O TREMA:
palavras como lingüiça, cinqüenta, seqüestro passam a ser grafadas linguiça, cinquenta, sequestro;
B) DESAPARECE O ACENTO CIRCUNFLEXO DO PRIMEIRO ‘O’ EM PALAVRAS TERMINADAS EM ‘OO’:
palavras como vôo, enjôo, abençôo passam a ser grafadas voo, enjoo, abençoo;
C) DESAPARECE OACENTO CIRCUNFLEXO DAS FORMAS VERBAIS DA TERCEIRA PESSOA DO PLURAL TERMINADAS EM –EEM:
palavras como lêem, dêem, crêem, vêem passam a ser grafadas leem, deem, creem, veem;
D) DEIXAM DE SER ACENTUADOS OS DITONGOS ABERTOS ÉI E ÓI DAS PALAVRAS PAROXÍTONAS:
palavras como idéia, assembléia, heróico, paranóico passam a ser grafadas ideia, assembleia, heroico, paranoico;

E) FICA ABOLIDO, NAS PALAVRAS PAROXÍTONAS, OACENTO AGUDO
NO I E NO U TÔNICOS QUANDO PRECEDIDOS DE DITONGO :
palavras como feiúra, baiúca passam a ser grafadas feiura, baiuca;
F) FICA ABOLIDO, NAS FORMAS VERBAIS RIZOTÔNICAS (QUE TÊM O ACENTO TÔNICO NA RAIZ), O ACENTO AGUDO DO U TÔNICO PRECEDIDO DE G OU Q E SEGUIDO DE E OU I.
Essa regra alcança algumas poucas formas de verbos como averiguar, apaziguar, arg(ü/u)ir: averigúe,
apazigúe e argúem passam a ser grafadas averigue, apazigue, arguem;

Paises Lusófonos

Lusofonia é o conjunto de identidades culturais existentes em países, regiões, estados ou cidades falantes da língua portuguesa como Angola, Brasil, Cabo Verde, Galiza, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e por diversas pessoas e comunidades em todo o mundo.

A língua portuguesa tem sua origem no latim vulgar, modalidade falada do latim que os romanos levaram para a Lusitânia, região situada a oeste da Península Ibérica (correspondente a atual Portugal e à região espanhola da Galícia). A Península Ibérica, devido a sua posição geográfica, foi constantemente invadida e colonizada por diversos povos que falavam línguas diferentes: lígures, tartéssios, fenícios, gregos, bascos, iberos e celtas. Por volta do ano 218 a.C., chegaram os romanos, que, depois de conquistar esses povos, conseguiram a unificação lingüística. Pelo fato de o latim ser uma língua mais organizada e o meio de comunicação de uma cultura mais adiantada, ele foi aos poucos se impondo em toda a península, substituindo as demais línguas, com exceção do basco. De todas as línguas pré-românicas, subsistem algumas palavras que passaram ao português, como barro, bezerro, cabana, cerveja, mapa.

O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa é meramente ortográfico restringe-se à língua escrita, não afetando nenhum aspecto da língua falada. Ele não elimina todas as diferenças ortográficas observadas nos países que têm a língua portuguesa como idioma oficial, mas é um passo em direção à pretendida unificação ortográfica desses países. As mudanças são poucas em relação ao número de palavras que a língua portuguesa tem, porém são significativas e importantes. Basicamente o que nos atinge mais fortemente no dia-a-dia é o uso dos acentos e do hífen.
Esse acordo foi assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e, posteriormente, por Timor Leste e aprovado no Brasil pelo Decreto Legislativo nº 54, de 18 de abril de 1995.
Os brasileiros terão quatro anos para se adequar às novas regras. Durante esse tempo, tanto a grafia hoje vigente como a nova serão aceitas oficialmente.
A partir de 1 de janeiro de 2013, a grafia correta da língua portuguesa será a prevista no Ainda há questões controversas, principalmente no que tange ao hífen em palavras compostas. Essas questões só serão esclarecidas com a nova edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, a ser publicado pela Academia Brasileira de Letras.


Plano de Curso- 3 º Ano Médio

Área: Linguagem Código e suas Tecnologias
Disciplina: Língua Portuguesa
3º Ano - Ensino Médio
Carga Horária: 200 dias letivos
OBJETIVOS GERAIS

1. ampliar o domínio ativo do discurso nas diversas situações comunicativas de modo a possibilitar a inserção efetiva do aluno no mundo da escrita, ampliando suas possibilidades de participação social no exercício da cidadania;

2. fornecer informações e propor atividades de construção do conhecimento, no sentido de contribuir para a criatividade e apreensão de conteúdos, valores e atitudes mediante leitura e produção de textos nas mais diversas linguagens e codificações;

3. compreender o ensino da literatura como expansão cultural, (registro da experiência humana ao logo dos anos) e a relação existente entre uma determinada obra literária e o contexto histórico, econômico e social em que foi produzida, além de considerar os elementos que o constituem. Práticas de Leitura e Produção de Textos


OBJETIVOS ESPECIFICOS

1. Escutar e ler textos orais e escritos, observando as condições de produção inerente às situações de interação social.
2. Produzir textos orais e escritos, atendendo as múltiplas demandas sociais e considerando as condições de produção impostas pelas situações de interação social.
3. Sistematizar conhecimentos lingüísticos, textuais e discursivos.
4. Distinguir texto literário do não literário, em função da forma, finalidade e convencionalidade



III - CONTEÚDO PROGRAMÁTICO


TEXTOS: Leitura e Produção

1. Língua e Linguagem
2. Linguagem verbal e Linguagem não verbal
3. Linguagem:
- Funções/ Intenções, Figuras e Vícios
4. Unidade e Variedades Lingüísticas (Níveis de Linguagem)
5. Texto: contexto e interlocução
6. Textos Literários X Textos não Literários:
- Conotação e Denotação
7. Gêneros Textuais
8. Seqüências discursivas
9. Elementos da Textualidade:
- coesão
- coerência
- informatividade
- aceitabilidade
- intencionalidade
- situacionalidade
10. Produção de gêneros textuais/discursivos, como artigo de opinião, carta, resenha crítica, resumo, notícia, texto publicitário, convite etc, contemplando os seguintes aspectos:
– Estruturação textual: adequação de organização textual dos diversos gêneros.
– Elementos de textualidade: coesão, coerência, intencionalidade, informatividade e intertextualidade.
– Estilo: funções da linguagem: tipos de discurso (direto, indireto e indireto livre); denotação e conotação: figuras de linguagem; recursos argumentativos.
– Linguagem: uso da norma culta da língua escrita; usos da linguagem adequados aos diferentes gêneros textuais/discursivos.

LITERATURA BRASILEIRA
1. Texto literário:
- Linguagem, formas de expressão (verso e prosa)
- Emprego e caracterização do discurso
2. Gêneros Literários
• Gênero Lírico – Poemas de Augusto dos Anjos, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, João Cabral de Melo Neto, Ferreira Gullar e Adélia Prado e outros.
• Gênero Narrativo:
– Crônica: textos de Stanislaw Ponte Preta, Lourenço Diaféria, Fernando Sabino e outros.
– Conto: textos de Monteiro Lobato, João Guimarães Rosa e de Clarice Lispector e outros.
– Romance: textos de Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Jorge Amado e outros.
• Gênero Dramático: estudo a partir das peças de Nelson Rodrigues e Ariano Suassuna e outros.
3. A Literatura Brasileira – Séc XX –XXI
· As vanguardas culturais européias
· O pré-modernismo no Brasil: a literatura do “verdadeiro” Brasil
· A Estética modernista: Modernismo no Brasil
· A Semana de Arte Moderna
· A segunda geração modernista e os novos caminhos da prosa
· A poesia da segunda geração
· A geração de 45
· Tendências contemporâneas
· A civilização pós-moderna


ANÁLISE LINGÜÍSTICA

1.Estrutura sintático-semântica do período simples.
2. Estrutura sintático-semântica do período composto.
3. Processos de encadeamento dos períodos e dos parágrafos no texto.
4. Funções discursivas/textuais de estruturas sintáticas.
5. Sintaxe de relação:
– sintaxe de concordância.
– sintaxe de regência (crase).
– sintaxe de colocação.
6. Classes de palavras.
6.1 Plano morfológico:
– Estrutura e processo de formação de palavras.
– Flexão nominal e verbal.
– Vozes e aspectos verbais.
6.2 Plano sintático:
– Emprego das palavras na construção dos diferentes tipos de sintagmas.
6.3 Plano semântico:
– sinonímia
– antonímia
– paronímia
– homonímia
– polisssemia
6.4 Plano discursivo/textual:
. – referência
– modalização
7. Sinais de pontuação.
8. Sistema ortográfico.


METODOLOGIA:

Ativa e diversificada, compreendendo o trabalho individual, o trabalho em duplas ou pequenos grupos, atividades expositivas e de socialização.
- leituras de textos
- trabalhos com textos audiovisuais
- discussões dialógicas em grupos
- produção de textos
- exercícios gramaticais estruturais escritos e orais
- seminários e oficinas
- práticas de pesquisas
-aulas expositivas
-projetos pedagógicos

RECURSOS:

Quadro/Giz
Retroprojetor/transparências
Vídeo
Livros, revistas, jornais
Computadores
Radio/gravador
Maquina fotográfica

AVALIAÇÃO:

Inicialmente, propõe-se que os alunos sejam avaliados quanto:
- as leituras e discussões realizadas
- a elaboração de textos
- a organização e apresentação de pesquisas e trabalhos
- participação nos projetos pedagógicos
- testes escritos
Enfim, todos os elementos propostos para trabalho estarão permanentemente abertos para avaliação sendo considerados aspectos quantitativos e qualitativos como compromisso, responsabilidade, interesse e interatividade durante todo o processo de construção da aprendizagem.

BIBLIOGRAFIA:


ABAURRE. Maria Luiza. Português –Língua e Literatura- volume único/Marcela Nogueira Pontara e Tatiana Fadel. São Paulo: Moderna, 2003.
AMARAL, Emilia e Mauro Ferreira. Novas palavras: Português – Ensino Médio. Volume Único . São Paulo. FTD, 2003.
CAMPEDELLI, Samira Youssef. Literatura: Historia e Texto 3.São Paulo:Saraiva
CEREJA, William Roberto. Português: linguagens :volume 3: ensino médio/Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães.- 5ª Ed. Dão Paulo: Atual:2005
CUNHA, Celso e Lindley Cintra. Nova Gramática do Português Contemporâneo. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1995.
FIORIM, José Luiz e Francisco Platão Savioli. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo. Atica, 1996.
INFANTE, Ulisses. Curso de Gramática: aplicada aos textos. São Paulo: Scipione, 2004.
PELEGRINI, Tânia. Redação, palavra e arte/ Tânia Pellegrini, Marina Ferreira. São Paulo: Atual, 1999.
TAKAZAKI, Heloisa Harue – Língua Portuguesa: ensino médio, volume único/São Paulo: IBEP, 2004
TERRA, Ernani - Português de olho no mundo do trabalho: volume único/ Ernani Terra, José de Nicola – São Paulo: Scipione, 2004.






















terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Projetos II

O Rádio e o Jornal como ferramentas de Interação, Leitura e Escrita*
  • O Jornal impresso e o Rádio : ferramentas que podem auxiliar o professor para o desenvolvimento de práticas de escuta, leitura, escrita, e interação favorecendo o desenvolvimento da cidadania, do trabalho interdisciplinar, a identificação dos gêneros textuais orais e escritos, sua composição, intenção e linguagem.
  • Intenciona-se criar e desenvolver, no Ensino Médio, ambientes de aprendizagem colaborativa com uso de recursos como o rádio e o jornal impresso, privilegiando a construção do conhecimento a partir da articulação de conteúdos de diferentes áreas de estudo, mobilizando competências no plano cognitivo e afetivo, gerando situações que permitam o educando pensar o seu cotidiano a partir de informações veiculadas nesses dois suportes.

*Projeto apresentado ao Curso de Mídias Integradas à Educação - UFCG

Projetos





MÚLTIPLAS LEITURAS*
(Interação, Leitura e Escrita pelo uso das Tecnologias da Informação e Comunicação)

Autora: Maria do Socorro Vieira Soares


RESUMO

Projeto Múltiplas Leituras cujos propósitos estão o de mobilizar competências no plano cognitivo e afetivo, gerando situações que permitam o educando pensar o seu cotidiano a partir de diferentes pontos de vista, comparar situações pessoais com a dos demais (sonhos, desejos, as relações humanas), conhecer e reconhecer os problemas que afetam a sociedade, (os aspectos culturais e sociais, os fatos, movimentos políticos, econômicos, contexto histórico, situação social) observar, comparar e avaliar diferentes contextos/textos que caracterizam o mundo contemporâneo, desenvolvendo atividades de leitura e escrita em diferentes gêneros textuais que circulam em jornais, revistas, televisão, Internet... em um processo de coleta, seleção, organização, produção e repasse de informações, favorecendo o desenvolvimento crítico do educando, além de incorporar o trabalho em equipe, a solidariedade, a liberdade responsável, a interação, o desenvolvimento da oralidade, e do uso das tecnologias da informação e comunicação.


*Projeto apresentado ao Fórum Estadual de Experiências do Ensino Médio do Estado da Paraíba.

Museu da Lingua Portuguesa

O Museu da Língua Portuguesa ou Estação Luz da Nossa Língua é um museu interativo sobre a língua portuguesa localizado na cidade de São Paulo no histórico edifício Estação da Luz, no Bairro da Luz, concebido pela Secretaria da Cultura paulista em conjunto com a Fundação Roberto Marinho, tendo um orçamento de cerca de 37 milhões de reais (14,5 milhões de euros).
O objetivo do museu é criar um espaço vivo sobre a língua portuguesa, considerada como base da
cultura do Brasil, onde seja possível causar surpresa nos visitantes com os aspectos inusitados e, muitas vezes, desconhecidos de sua língua materna. Segundo os organizadores do museu, "deseja-se que, no museu, esse público tenha acesso a novos conhecimentos e reflexões, de maneira intensa e prazerosa". O museu tem como alvo principal a média da população brasileira, composta de pessoas provenientes das mais variadas regiões e faixas sociais do país, mas que ainda não tiveram a oportunidade de obter uma idéia mais precisa e clara sobre as origens, a história e a evolução contínua da língua.
( texto publicado em http://pt.wikipedia.org)
Conheça o museu da Lingua Portuguesa visitando o seguinte endereço http://www.museudalinguaportuguesa.org.br/

Lingua

Lingua

Gosto de sentir a minha língua roçar
A língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódia
E um profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior
E quem há de negar que esta lhe é superior
E deixa os portugais morrerem à míngua
Minha pátria é minha língua
Fala Mangueira
Fala!
Flor do Lácio Sambódromo
Lusamérica latim em pó
O que quer o que pode
Esta língua
Vamos atentar para a sintaxe paulista
E o falso inglês relax dos surfistas
Sejamos imperialistas
Cadê? Sejamos imperialistas
Vamos na velô da dicção choo de Carmem Miranda
E que o Chico Buarque de Hollanda resgate
E Xeque-mate, explique-nos Luanda
Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo
Sejamos o lobo do lobo do homem
Sejamos o lobo do lobo do homem
Adoro nomes
Nomes em Ã
De coisa como rã e ímã...
Nomes de nomes como Scarlet Moon Chevalier
Glauco Mattoso e Arrigo Barnabé, Maria da FéArrigo Barnabé
Incrível
É melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível filosofar em alemão
Se você tem uma idéia incrível
É melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível
Filosofar em alemãoBlitz quer dizer corisco
Hollywood quer dizer Azevedo
E o recôncavo, e o recôncavo, e o recôncavo
Meu medo!
A língua é minha Pátria
E eu não tenho Pátria: tenho mátria
Eu quero frátria
Poesia concreta e prosa caótica
Ótica futuraSamba-rap, chic-left com banana
Será que ele está no Pão de Açúcar
Tá craude brô, você e tu lhe amo
Qué que'u faço, nego?
Bote ligeiro
Nós canto falamos como quem inveja negros
Que sofrem horrores no Gueto do Harlem
Livros, discos, vídeos à mancheia
E deixa que digam, que pensem,que falem.
( Caetano Veloso)